segunda-feira, 13 de novembro de 2017

Teste do Pezinho



Descobrir uma doença antes que os sintomas se instalem é a melhor forma de conter seu avanço. Por isso, a triagem neonatal é uma importante ferramenta de prevenção. 

O Ministério da Saúde recomenda a realização do teste do pezinho preferencialmente do 3° ao 5° dia de vida, devido às especificidades das doenças diagnosticadas atualmente, devendo a família levar o bebê ao serviço de saúde mais próximo já na primeira semana de nascimento.

A triagem realizada na rede pública detecta 4 tipos de doenças, todas elas tratáveis, o que justifica a importância da realização do teste nos primeiros dias de vida.

O exame é fácil e rápido, o ideal, é que os pés do recém nascido estejam bem quentinhos para facilitar a saída do sangue.



Abaixo cada uma das doenças que o exame pode detectar:

Fenilcetonúria


A Fenilcetonúria é um dos erros inatos do metabolismo, O defeito metabólico gerado, frequentemente causado pela enzima Fenilalanina, leva ao acúmulo do aminoácido no sangue e ao aumento da Fenilalanina.  Foi a primeira doença genética a ter tratamento estabelecido com terapêutica dietética específica.

 A criança afetada pela Fenilcetonúria sem tratamento, apresenta um quadro clínico, caracterizado por atraso global do desenvolvimento neuropsicomotor, deficiência mental, comportamento agitado ou padrão autista, convulsões, alterações eletroencefalográficas e odor característico na urina. Os pacientes cujo diagnóstico foi feito no período neonatal e foram submetidos à terapia dietética adequada não apresentarão o quadro clínico acima descrito. 

O diagnóstico estabelecido pelos programas de Triagem Neonatal é o ideal, pois permitirá o tratamento precoce, o qual evitará o desenvolvimento do quadro clínico.

O tratamento preconizado deve ser mantido por toda a vida. A suspensão da dieta pode resultar em deterioração intelectual e comportamental, sendo, portanto, aconselhável a manutenção da dieta por toda a vida.

Hipotireoidismo congênito

O Hipotireoidismo Congênito  é causado pela incapacidade da glândula tireoide do recém-nascido em produzir quantidades adequadas de hormônios, que resulta numa redução generalizada dos processos metabólicos.

As crianças não submetidas a Programas de Triagem Neonatal e, consequentemente, não tratadas precocemente, terão o crescimento e desenvolvimento mental seriamente comprometidos.

Já a maioria das crianças que tem o diagnóstico precoce estabelecido não deverá apresentar sintomatologia clínica, desde que a terapia de reposição hormonal seja iniciada no tempo oportuno. O momento ideal para o diagnóstico do Hipotireoidismo Congênito é, sem dúvida, o período neonatal, pois é a partir da segunda semana de vida a deficiência de hormônios tireóideos poderá causar alguma lesão neurológica.

Doença falciforme:

A Doença Falciforme é uma doença genética, causada por um defeito na estrutura da hemoglobina, que leva as hemácias a assumirem forma de lua minguante, quando expostas a determinadas condições, como febre alta, baixa tensão de oxigênio, infecções etc. As alterações genéticas (mutação) nessa proteína (hemoglobina) são transmitidas de geração em geração (padrão de herança familiar).


O paciente afetado apresenta as seguintes alterações clínicas: anemia hemolítica, crises vaso-oclusivas, crises de dor, insuficiência renal progressiva, acidente vascular cerebral, maior susceptibilidade a infecções e sequestro esplênico. Podem ocorrer também alterações no desenvolvimento neurológico, com provável etiologia vaso-oclusiva de sistema nervoso central.

O diagnóstico da doença falciforme pelo teste do pezinho, antes do aparecimento dos sintomas clínicos, encoraja a implementação de práticas de cuidados preventivos e orientação aos pais em relação ao recém-nascido. Permite também uma ação pedagógica sobre a condição genética da família e risco de recorrência em futuras gestações, por meio de orientação familiar ou aconselhamento genético.

Fibrose cística:

A Fibrose Cística ou Mucoviscidose, é uma das doenças hereditárias consideradas graves,  e afeta especialmente os pulmões e o pâncreas, num processo obstrutivo causado pelo aumento da viscosidade do muco. Nos pulmões, esse aumento na viscosidade bloqueia as vias aéreas propiciando a proliferação bacteriana, o que leva à infecção crônica, à lesão pulmonar e ao óbito por disfunção respiratória. No pâncreas, quando os ductos estão obstruídos pela secreção espessa, há uma perda de enzimas digestivas, levando à má nutrição.

Diante de uma doença com um prognóstico tão grave e cuja sintomatologia manifesta-se geralmente em torno dos primeiros anos de vida, os programas de triagem neonatal são de importância fundamental para o seu acompanhamento adequado.

O tratamento do paciente com Fibrose Cística consiste em acompanhamento médico regular, suporte dietético, utilização de enzimas pancreáticas, suplementação vitamínica (vitaminas A, D, E, K) e fisioterapia respiratória. Quando em presença de complicações infecciosas, é indicada a antibioticoterapia. Além do esquema vacinal habitual, as crianças devem receber também imunização antipneumocócica e anti-hemófilos.




A bibliografia utilizada neste blog encontra-se no seguinte endereço:

Triagem neonatal biológica - Ministério da Saúde - 2016


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